sábado, 30 de outubro de 2010

SERRA E SUA CAMPANHA FASCISTA por: Emilo Gonzalez

Me assuta pensar o saldo negativo que desde já colheremos dessa campanha política. A julgar pelas pesquisas, quase metade da população brasileira se deixou levar, ingenuamente, pelos apelos fascistas transfigurados em discurso da "Moral" e "dos bons costumes" proferido pelo candidato José Serra. Em torno de sua candidatura, agruparam-se as forças mais conservadoras e retrógradas da política, imprensa e das instituições religiosas brasileiras. Padres que defendem a prática medieval da beatificação de santos e que apoiaram o golpe militar de 1964; um pastor canastrão, vendedor de biblias na madrugada, e que diz que o homossexualismo é uma aberração comparável à Zoofilia (Silas Malafaia); Imprensa historicamente golpista, e que na década de 1960, articulou e comemorou o golpe militar (Estadão, Organizações Globo, etc); políticos herdeiros do espólio da UDN, PSD e TFP, os mesmos que conclamam a sociedade a se mobilizar em torno da defesa da Familia e da Tradição... Esse, por acaso, era o mesmo discurso do Mussolini, na Itália. Defendia os "verdadeiros valores cristãos" da sociedade italiana; seu parceiro totalitário, Hitler, de maneira análoga, combatia o "anticomunismo ateu", em nome dos valores da família alemã... Num comício, nesta semana, o Serra disse à sua plateía que buscasse mais votos, e acrescentou: "Meninas bonitas precisam conseguir mais votos. Mandem mails para seus pretendentes. Diga que se votarem em mim, terão mais chance com vocês!".
É, Serra... esse foi um recurso muito usado pela juventude hitlerista. Como explicava Wilhein Reich, você atrai o jovem a partir daquilo que ele tem de mais fraco: sua pulsão sexual. Depois, o movimento faz o resto.

Ou alguém acha que o Hitler, quando subiu ao poder, não preparou meticulosamente suas forças, agrupando em torno de si as forças mais conservadoras e reacionárias da Alemanha?

O Serra diz que a Dilma não tem proposta, mas no fundo, ELE quer ser o que não é; diz que não irá privatizar nada, e que, inclusive, irá reestatizar bancos; diz que o bolsa-familia é dele; também afirma que a melhoria de qualidade de vida do brasileiro se deve à estabilidade econômica alcançada no governo que ele participava e tal (FHC/PSDB).

Para quem não sabe, nas eleições de 1989, a coalizão "neoliberal", apoiada massivamente por uma desesperada imprensa reacionária, elegeu Fernando Collor contra o PT, de Lula; O vice-presidente era um certo Itamar Franco. Impedido de continuar o mandato, em 1992, assume Itamar Franco, que logo nomeia como Ministro de Economia Fernando Henrique Cardoso. FHC ratifica reformas iniciadas na pauta neoliberal do governo Collor (privatizações, demissão de funcionários públicos, corte de gastos públicos e investimentos, etc) e se elege presidente. Eleito, chamou Serra para ser seu ministro, e começa manobras para comprar deputados afim de mexer na Constituição e garantir a emenda da reeleição. O líder do PSDB no Senado, Eduardo Azeredo, auxilia, criando um esquema de desvio de dinheiro público para comprar deputados o famigerado MENSALÃO. Nada se investiga, tudo se engaveta...

Apesar de dizer o contrário, Collor, Itamar Franco, FHC e Serra representam exatamente o MESMO PROJETO: neoliberalismo, desemprego estrutural, corte de gastos públicos, favorecimento ao capital externo, taxas de juros altíssimas, impostos e mais impostos (como a CPMF), repressão aos movimentos sociais e perda de direitos trabalhistas; tudo, é claro, de modo a "atrair" o capital financeiro para investir (leia-se: explorar barato) o Brasil.

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