sexta-feira, 29 de abril de 2011

Dia do Trabalhador terá ato no bairro Cidade Nova Foz do Iguaçu terá um Dia do Trabalhador classista pelo terceiro ano consecutivo. Sindicatos e mov


Foz do Iguaçu terá um Dia do Trabalhador classista pelo terceiro ano consecutivo. Sindicatos e movimentos sociais divulgaram nesta sexta-feira um manifesto resgatando o verdadeiro sentido da data. O documento está sendo distribuído em lugares de grande concentração popular e também na internet.

O comunicado reivindica o Dia Internacional do Trabalhador como mais um momento de reivindicações. “Temos que denunciar as artimanhas de quem tenta mascarar as diferenças e contradições entre os que produzem a riqueza e os que se beneficiam da força de trabalho das pessoas”, indica o alerta.

O manifesto aponta, por exemplo, que os problemas imperam na fronteira por causa da falta de empregos. Brasileiros trabalham no Paraguai em terríveis condições. O mesmo acontece aqui. Moradores de Foz do Iguaçu exploram a mão de obra de estrangeiros. Tudo resultado do capitalismo.

A ação faz parte das atividades planejadas por entidades e movimentos sociais para marcar a data. No domingo, 1º de Maio, será promovido um ato público no bairro Cidade Nova, região norte do município. A atividade terá dança de rua, grupos de rap e DJs, a partir das 17 horas, na Rua Rafael Casula.

“A data sugere uma reflexão com vistas à conscientização da classe trabalhadora, que deve enxergar nesta data, não um simples feriado nacional, mais um dia de luto e de luta que foi marcado pelo massacre de inúmeros trabalhadores que não aceitaram as condições impostas pelos capitalistas e reivindicaram melhores condições de trabalho”, afirma Eric Cardin, professor universitário e membro do Movimento Fronteira Zero.

O 1º de Maio é organizado por: APP-Sindicato - NS Foz do Iguaçu, Centro de Direitos Humanos e Memória Popular, FRONTera HIP-HOP, Intersindical, Movimento Fronteira Zero, MST, Sindicato dos Trabalhadores em Hotéis, Sindicato dos Trabalhadores em Saúde e Sindicato dos Jornalistas – Foz do Iguaçu. Mais informações pelos telefones (45) 8808-3350 ou 8808-4612.
Foz do Iguaçu terá um Dia do Trabalhador classista pelo terceiro ano consecutivo. Sindicatos e movimentos sociais divulgaram nesta sexta-feira um manifesto resgatando o verdadeiro sentido da data. O documento está sendo distribuído em lugares de grande concentração popular e também na internet.


quinta-feira, 28 de abril de 2011

“Vale a pena viver, quando se é comunista”.

“Vale a pena viver, quando se é comunista”.

dedicado a (Antonio Gramsci)

Quando a noite parece eterna

e o frio nos quebra a alma.

Quando a vida se perde por nada

e o futuro não passa de uma promessa.

Nos perguntamos: vale a pena?

Quando a classe parece morta

e a luta é só uma lembrança.

Quando os amigos e as amigas se vão

e os abraços se fazem distância.

Nos perguntamos: Vale a pena?

Quando a história se torna farsa

e outubro não é mais que um mês.

Quando a memória já nos falta

e maio se transforma em festa.

Nos perguntamos: vale a pena?

Mas, quando entre camaradas nos encontramos

e ousamos sonhar futuros.

Quando a teoria nos aclara a vista

e com o povo, ombro a ombro, marchamos.

Respondemos: vale a pena viver,

quando se é comunista.

(Mauro Iasi)

sábado, 16 de abril de 2011

Cartão postal: danilo georges

É cartão postal forte, conhecido do sul ao norte cotado entre as maravilhas do mundo é ás cataratas

O povo dessa terra é firme e forte

Gente que sobrevive e batalha com fé, proteção e sorte

É terra de brasileiro, imigrantes e estrangeiro,

Mas há sofrimento que não acaba

na cidade das cataratas tem muito barulho de bala

Quantas mãe nesse segundo passam a pior dor do mundo perderam o filho a troco de nada na cidade das cataratas, muitos não desfrutam nada

Mas a cidade tem cartão postal forte, conhecido do sul ao norte

O povo sobrevive firme e forte lutando por dignidade e transporte

Gente sofrida que vive na batalha, na cidades das cataratas o povo não desfruta nada

Nessa terra vidas são interrompidas por armas

Sonos são obstruídos por sons de balas,

Na terra das cataratas o jovem não desfruta nada

Sonhos são dilacerados pelas rajadas

Mas o cartão postal da cidade segue intocável firme e forte.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

do "outro lado do balcão"

Texto de Carlos Castilho publicado no Observatório da Imprensa.

Um dos melhores pontos de observação da imprensa é o que poderíamos chamar de "o outro lado do balcão", ou seja, como fornecedor de informações. Por conta da consultoria que dou à recém-criada Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA) acabei levado para o lado de quem dá notícias para a imprensa e aí é possível observar alguns desvios de conduta no comportamento dos repórteres em geral.

Há dois problemas predominantes: a subserviência e a arrogância. No primeiro caso, o repórter se comporta como se fosse um escriba, datilógrafo ou digitador: simplesmente reproduz o que é dito pelo entrevistado, sem questionar ou contextualizar. Este tipo de repórter, em geral, é bem visto pelos políticos e empresários porque não incomoda, mas é o que mais erros comete porque lhe falta visão de conjunto. Mas como o erro é "a favor" , poucos se queixam.

Já o outro tipo de repórter chega para uma entrevista ou matéria com uma pauta prévia e geralmente está apenas a procura de fatos, histórias e citações que justifiquem ou reforcem uma ideia já estabelecida. É o repórter que passa o tempo todo jogando "cascas de banana" para o entrevistado esperando que ele escorregue numa delas. Isto faz parte de uma estratégia que transforma a entrevista num interrogatório. Este tipo de repórter também comete muitos erros, mas eles são em geral gerados pelo fato de o profissional tentar acomodar os fatos encontrados à agenda que trouxe da redação.

Os dois comportamentos são igualmente equivocados do ponto de vista da informação transmitida ao público, embora nas redações o primeiro seja criticado e o segundo, elogiado. A dinâmica industrial predominante na maioria das redações é a principal responsável por esses dois tipos de distorção que acabaram se tornando tão comuns que já foram incorporados à rotina.

O desenvolvimento das técnicas de media trainning levou os entrevistados, especialmente os situados em cargos importantes ou as personalidades públicas, a usarem o contato com a imprensa como espaço para promoção pessoal ou institucional. Os inúmeros artifícios e recursos desenvolvidos por especialistas contribuíram para distorcer ainda mais o resultado de uma entrevista, pois o público acaba tendo que se esforçar para saber até onde vai a notícia desinteressada e onde começa o marketing disfarçado de informação.

Essa dúvida leva muitos entrevistados a achar que os repórteres têm sempre uma agenda oculta quando fazem uma pergunta. Com isso, tanto o entrevistador como o entrevistado se comportam como se estivessem num jogo, mais preocupados com a performance do que com a informação. Quem acaba perdendo é o leitor, que não participa do jogo e tem dificuldade para "ler nas entrelinhas" — ou seja, o que não é dito formalmente pelo repórter e pela fonte.

A relação entre repórter e fonte passa cada vez mais pela desconfiança, o que provoca situações paradoxais. Os entrevistados aguardam a publicação da reportagem como se ela fosse uma espécie de veredicto. Isso faz com que o temor de ver declarações publicadas fora de contexto acaba levando muita gente e evitar o contato com a imprensa.

O jornalista, por seu lado, enfrenta um número crescente de condicionamentos ao seu trabalho por pessoas e instituições interessadas em se proteger contra o que muitos já chamam de síndrome das meias verdades. É difícil a imprensa publicar hoje uma mentira completa por temor de represálias legais. Mas são cada vez mais frequentes as meias verdades, isto é, fatos e dados sem uma contextualização adequada. É o famoso caso do copo meio cheio ou meio vazio, tudo depende do contexto em que o fato foi situado.
O fato concreto é que as entrevistas jornalísticas perderam o seu significado como ferramentas de comunicação para se tornarem exercícios de marketing institucional e pessoal. A maior preocupação, tanto de entrevistador como do entrevistado, é tentar descobrir o que o outro está tentando ocultar ou qual recado que está procurando passar de forma velada.

O resultado é que raramente ambas as partes saem satisfeitas de uma entrevista. O entrevistador porque dificilmente conseguirá tirar tudo o que desejava da fonte e esta porque normalmente critica o enfoque dado ao texto, a seleção de informações, o estilo narrativo usado e as fotografias escolhidas. Nenhuma das partes se dá conta de que uma entrevista é também um momento de diálogo entre um repórter e uma fonte informativa, no qual o primeiro tenta captar o conhecimento do interlocutor para transmiti-lo ao público.

E o segundo tem uma oportunidade rara de entender como uma informação pode ser melhor compreendida pelo leitor, em vez de se preocupar apenas com sua imagem pessoal e encarar o jornalista como um mero transmissor de recados, ou ainda como alguém especializado no escambo informativo.

A solução para esses problemas é elementar e óbvia, mas apesar disto dificilmente levada em conta pelos dois 'lados do balcão': ouvir o que o outro tem a dizer.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

O FANTASMA DO FASCISMO ASSOMBRA O BRASIL


Segunda-feira, dia 28 de março. Num programa de “humor” da TV Bandeirantes, um daqueles dinossauros reacionários antiquados, representando o que há de mais atrasado no campo de direitos humanos, cidadania e memória coletiva, ressurge, destilando todo seu ódio, preconceito e “virilidade”, afirmando que época boa pra o Brasil era a ditadura, afinal, naquele tempo existia “respeito, segurança e ordem pública”.

Seguindo essa linha de raciocínio o deputado Jair Bolsonaro afirma: “só é respeitado quem tem o poder de intimidar” atribuindo a lógica da força, do medo e da barbárie. Para ele macho que é macho é violento e se impõe. A retórica de Bolsonaro causa inveja ao Capitão Nascimento personagem “fictício” de José Padilha no filme Tropa de Elite. O que está em jogo para ambos é a defesa da nação na busca da segurança e da ordem da classe dominante, se baseando nos bons modos e na defesa da nação, nessa lógica perversa vale tudo: tortura, extermínio, preconceito e homofobia, elementos centrais da ideologia fascista

A proporção das palavras ácidas de Bolsonaro em um programa de TV aberta, em horário nobre, fere toda lógica do bom censo, uma das suas bestialidades soltada aos quatro ventos foi: “agir com energia não é torturar”. Enquanto Nascimento agiu energeticamente asfixiando com saco plástico moradores pobres das favelas cariocas, sendo aplaudido de pé pela ala conservadora brasileira, Bolsonaro é mais antigo, sonha com a volta do pau-de-arara da ditadura, para punir os rebeldes, subversivos e contrários a ordem, e recebe constantemente apoios na internet de pessoas “compromissadas com a defesa da nação”.

Por que Bolsonaro não luta por uma política enérgica contra a corrupção, o monopólio dos veículos de comunicação, as grandes propriedades de terra? Será por que suas referências políticas são os defensores do golpe de 1964, os ditadores Médici, Geisel e Figueiredo, o trio de ferro da ditadura que dizimou milhares de vida. A ditadura foi antifamília, pois não houve em outro período da história do Brasil tantos pais que sofreram com a morte, prisão e desaparecimento de seus filhos.

Nos cinco minutos que Bolsonaro teve a palavra para expor sua opinião perversa e violenta não bastou defender a ditadura militar, ele ainda teve disposição para disparar seu posicionamento contra negros e homossexuais: “não passa pela minha cabeça ter um filho gay, por que ele teve uma boa educação”, afirmando que nunca teria um filho gay, pois é bem educado. Segundo ele “sou um pai presente e caso meu filho optasse pela homossexualidade a porrada curaria” A violência para ele resolve tudo.

Sobre as cotas raciais o deputado lança um direto de direita: “eu não entraria em um avião pilotado por um cotista e nem aceitaria ser operado por um médico cotista”, mostrando toda sua face racista, para ele universidade e bons cargos são coisas para os brancos de classe media e da elite. A performance racista se acentua em uma pergunta feita por Preta Gil sobre o que faria se um filho seu se apaixonasse por uma negra, enfático ele diz: “Não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja. Eu não corro este risco, meus filhos foram muito bem educados e não viveram em ambiente promiscuo, lamentavelmente como é o teu”.

A boa educação que Bolsonaro se baseia é aquela herdada do Brasil colonial aonde os senhores brancos abusavam do poder do chicote e do Estado e violentavam a população negra voluptuosa. Para os senhores, era muito mais fácil culpar a vítima que assumir seu caráter perverso. Assim, ao mesmo tempo em que violentavam e exterminavam uma população, publicamente faziam discursos defendendo a ordem, a moral, bons modos e a Nação.

Isso do passado lhe lembra algo do presente? A imprensa corporativista de modo geral sempre veicula os gêneros musicais dos negros funk e hip-hop como apologia a violência. Como será o tratamento com esse deputado branco da aristocracia brasileira, que não só incentiva a violência do Estado, como reforça o preconceito e o estigma contra negros e homossexuais.

O deputado Jair “reacionário” defere o ódio e a indiferença e defende claramente os fatores mais cruéis que freiam a conquista de cidadania e direitos políticos desse país: a ditadura militar, o extermínio, tortura, escravidão, preconceito. Mas ao que parece ele permanecerá intocável e inquestionável fortalecido pelo seu mandato parlamentar e brevemente terá a oportunidade de nos bombardear com sua ideologia nefasta.

Precisamos avançar com o debate de direitos humanos na sociedade, só assim combateremos o fantasma fascista que ainda persiste em nos assombrar.