segunda-feira, 11 de outubro de 2010

fala no ato contra a violência em foz

Estamos aqui hoje para relembrar, ou melhor, para não se deixar esquecer, do assassinato de 4 jovens aqui dessa comunidade.
4 vidas que foram dizimadas de forma bastante cruel, desde então quatro anos se passaram.e o caso não teve avanços.
Pois se não bastasse o sentimento de perda, da cama vazia que foi deixada, do espaço na casa que jamais será preenchido, os familiares ainda têm que carregar dentro do peito a sensação da injustiça. Dormir e acordar sem uma resposta.
Esse é mais um caso emblemático que envolve o ciclo permanente de violência em foz,a violência é um processo contrário a lógica humana, os jovens da nossa cidade não estão conseguindo envelhecer,os pais estão enterrando os filhos,há na nossa cidade um genocídio da juventude.É cada vez mais comum crianças crescerem sem o pai que foi assassinado, a mãe muitas vezes têm que criar o filho sozinho, deixando essa criança mais vulnerável.
O mais cruel de todo esse processo é que nos enquanto sociedade estamos nos acostumando com a violência,a violência e o sofrimento não podem ser naturalizados.
Assistimos diariamente na televisão algumas vezes um show do circo dos horrores fazendo com que nos acostumemos com a violência,a vida de mais um jovem que se vai vira simplesmente um espetáculo.
O extermínio de nossa população jovem não é normal nem natural, é inaceitável. Não podemos aceitar que tanta gente seja morta, lutemos contra a banalização da vida.
A quantidade de jovens assassinados em foz mostra que Nossa cidade está doente. A maior prova dessa doença é o fechamento da classe abastada da população em condomínios fechados. A lógica de se fechar e se privar do mundo, perdendo o contato com a rua,pessoas e com o meio ambiente, se tornando prisioneiros dentro da própria casa, para assim se sentirem protegidos.
Com escreveu o músico Marcelo Yuka ‘as grades e os condomínios fazem a guarda e proteção mas também trazem a dúvida se você que vive na prisão”
Isso revela o medo que a população vive, Quanto maior o medo, maior a barbárie. Quanto maior a barbárie, maior a violência. E mais medo. Esse é o ciclo que vivemos hoje na nossa cidade.
Que a dor dos familiares do Marcelo, Mauricio, Jeferson e Ilson possam tocar o coração dessa sociedade que está surda e insensível. Que a justiça investigue o caso, pois se trata de vidas e não de objetos.
“não basta que seja pura e justa nossa causa. É necessário que a pureza e a justiça estejam dentro de nós.”

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