sexta-feira, 11 de maio de 2012

A VIDA É UM MOSAICO



Hoje a reencontrei, há tempo a procurava, forjava esse momento, essa coisa tão minha, tão intima, há meses isso não acontecia. 

Estava em meu quarto, e acho que lá está um pouco dela, a minha cura, a paz que necessito.
Ela apareceu sutilmente naquele ambiente, um pouco tumultuado entre os papeis com rabiscos de ideias, poemas e lembretes do que fazer jogados pela cama e pelo chão. 

A frente o mosaico do comandante Ernesto Che Guevara lapidado com carinho pelo camarada Javier guerreiro.

  Na parede o desenho de um camponês segurando o arame farpado desenhado pelo companheiro Carlos latuff, ao lado a bandeira do Mst deixada em cima da escrivania  doado pelo compa  Angelo Manzin.

Ela está lá! Entre esses objetos, no meio dos escombros de sentimentos, deixados pela relação mutua dos irmãos de caminhada.

Está entre as cartas e regalos guardados na gaveta, na memoria, na lembrança dos amores do passado e do presente, está no ultimo incenso que  acabo de queimar, o perfume dele se espalha pelo meu quarto, me lembra um pouco do perfume dela, fico confuso.  

 Recordo de  bons  momentos com  uma companheira que tenho muito apreço, ela Sussurra a primeira palavra,  e meu ouvido, quanto apego! 

Mas ela está também nos livros em cima da minha prateleira, dos mestres da vida, Vito Gianotti, Claudia Santiago e Repper Fiell. Todos com lindas dedicatórias vê-los sempre lembram que a vida vale a pena.

Ela, está presente no quadro de Eduardo marinho em cima da minha cama com o titulo observar e absorver, e absorvendo aquela energia, ela foi chegando e me tocou novamente, sua segunda frase é  “Busco no presente minhas utopias do passado”.

Sorri, abri a janela da sacada e disse seja bem vinda, minha querida, preciosa e rara, consciência! É tão bom te senti assim tão minha.

Você esteve tão sumida nesses tempos, ando tão pouco racional ultimamente, sinto que você me abandonou, eu fiquei sozinho, enclausurado pela ansiedade e angustia,  desorientado  pelo sentimentalismo que balançou   meu  coração  pró-feminista.

Mas ela já chegou me cobrando, mesmo há meses sem me visitar ela nunca é meiga, que consciência mais marrenta. O primeiro questionamento foi: oque tem feito com seu tempo?  Tem produzido coisas positivas? Como tem tratado as pessoas? Como anda a sua relação com seus pais? E seu trabalho? Tá educando ou tá enganando? Esbravejando ela dispara sua terceira frase “Já aprendeu a controlar seu ego fdp!”. 

No silêncio que procedeu, após o esporro que levei, a vida doeu. Mas passado os primeiros minutos de contradições, ela viu que estava ferido, foi, mas branda, mas amiga e terna.

Então antes que ela desaparecesse aproveitei sua presença sublime e disse, espera ai Não vá embora porra!  

 Tenho pensando em tudo isso que você ponderou: família, amigos, relações conjugais, trabalho, luta e educação...

Ajude-me, me sinto tão covarde, nós somos tão poucos nossos inimigos são tantos, nós somos tão frágeis nossos inimigos são tão fortes, não seria mais lucido de fato eu me desesperar de vez?

Ela sorriu, tocou meu ombro e disse serenamente, enquanto você estiver desesperado, angustiado e desanimado haverá nisso tudo também a esperança. 

E da fagulha de esperança que arde seu peito irá nascer a expectativa do novo, que vai jorrar toda agua límpida purificando  nossa alma, assim sua sede  de futuro será sanada. 

Pois Cada segundo de sua vida meu jovem, tem o rumor vivo das utopias, é na utopia, na esperança e na possibilidade do amanhã que se move o imenso chão da vida. 

Caminhe, de preferencia de passos lentos, se permita ser mais humano, e lembre-se há sempre a  necessidade  de se  reconstruir, junte os últimos pedaços de sentimentos, paixões, sensibilidade e utopias,  reconstrua seu quadro humano, se refaça! Liberte-se dos maus pensamentos, A vida é um mosaico!

2 comentários:

  1. Valeu Danilão...Me sinto assim alguns momentos da vida, acho que logo a minha conciência volta, por que assim como escreveste é que vale a pena viver...Do resto é apenas resto...

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