domingo, 31 de julho de 2011
AUTOREFLEXÃO
terça-feira, 26 de julho de 2011
Falsos Ídolos
Fazendo um breve resgate histórico, podemos citar que no ano de 1964 o Presidente João Goulard defendia a reforma de base que mudaria as estruturas agrárias, econômicas e educacionais brasileira. O então presidente que assumia esse governo daria abertura para as organizações sociais, estudantes, trabalhadores e movimentos sociais participar da vida política do país. Com medo de um suposto golpe comunista, após alguns dias de comício na central do Brasil no Rio de Janeiro os militares da chamada linha dura deram um golpe tomando posse do governo brasileiro, instituindo assim uma ditadura-militar.
Os militares financiados por banqueiros, empresários e setores da classe média começam a se preocupar com a ideia de frear avanços sociais no país. A Ala conservadora brasileira organizou uma manifestação, chamada: Marcha da Família com Deus da Liberdade. Reunindo milhares de pessoas saíram às ruas em São Paulo. Em março de 64 militares de Minas Gerais e São Paulo vão as ruas. João Goulart então se refugia no Uruguay para evitar uma guerra civil, assim, quem assume o governo brasileiro é o General Humberto de Alencar Castelo Branco [Castelo Branco].
Castelo Branco foi eleito pelo Congresso Nacional no mês de abril de 64 e ficou no poder até 1967. Prometeu defender a democracia, mas o que ocorreu foi contrário, um governo mais autoritário do que nunca, responsável por prisões e torturas; estabeleceu eleições indiretas para presidente além de dissolver os partidos políticos; vários parlamentares estaduais e federais tiveram seus direitos políticos e constitucionais cancelados; os sindicatos receberam intervenções do governo militar.
No que concerne a dissolução dos partidos políticos, Castelo Branco acabou com os partidos tradicionais da época PSD, PTB, UDN, e institucionalizou dois partidos a ARENA [Aliança Renovadora Nacional] partido do governo que apoiava a ditadura e o MDB [Movimento Democrático Brasileiro] que seria o partido de “oposição”, nesse caso o governo militar queria mostrar uma aparência democrática. No inicio de 1967 os militares impõem uma nova constituição que legitima o regime militar e suas atuações.
Ainda no mesmo ano de 1967 quem assume o governo é o general Arthur da Costa e Silva [Costa e Silva], eleito indiretamente, governou até 1969. Nos anos que governou o Brasil enfrentou muitos manifestos de estudantes ligados a UNE [União Nacional dos Estudantes], de trabalhadores fabris que paralisaram suas atividades e de movimentos sociais. Nesta época, o governo passou a ser mais repressivo com perseguições, repressões, toques de recolher, torturas, cassação de políticos e junto a isso tudo instaurou Ato Institucional número 5 [AI-5], por sua vez daria o início aos “anos de chumbo”.
Na sexta-feira do dia 13 de dezembro de 1968 entra em vigor o AI-5 [Ato Institucional nº5], considerado o pior de todos; nesse ato o governo proibia toda forma de manifestações de natureza política, além de vetar o "habeas corpus" para crimes contra a segurança nacional (ou seja, crimes políticos). Além de conceder ao Presidente da República grandes poderes, tais como: fechar o Congresso Nacional; demitir, remover ou aposentar quaisquer funcionários; cassar mandatos parlamentares; suspender por dez anos os direitos políticos de qualquer pessoa; decretar estado de sítio; julgamento de crimes políticos por tribunais militares entre outros domínios.
Já o Ministro Costa Cavalcanti, como é conhecido foi um dos opositores ao governo João Goulart, eleito como deputado pela UDN [União Democrática Nacional] ajudou a articular a candidatura do Costa e Silva. Logo foi nomeado Ministro das Minas e Energias em 1967, foi um dos integrantes que aprovou o AI-5, no endurecimento do regime militar. Em Abril de 1974 foi nomeado diretor geral da Itaipu Binacional pelo Presidente Ernesto Geisel ficando no cargo até o ano de 1985, no fim do governo João Figueiredo.
Por meio deste breve relato, notamos que três grandes protagonistas da ditadura militar no Brasil, usaram e abusaram dos poderes que tiveram em mãos em benefício de poucos. Usando da opressão, repressão, perseguição, torturando, invadindo casas sem mandato, infligindo a dignidade humana. O estranho e questionável nesta situação é ver o nome dessas pessoas em ruas, colégios, hospitais e praças. Como podem homenagear pessoas que foram totalmente contra a democracia, a liberdade, e o direito de expressão? Apenas defendendo interesses próprios e de uma classe conservadora e reacionária.
O importante é pensarmos quem realmente merece ser homenageado em nossas ruas, praças, hospitais e colégios, pois homenagear significa: reverenciar, celebrar, venerar, fazer reverência, e respeitar. Onde está gravado os nomes daqueles que lutaram e lutam pela liberdade, estudantes, trabalhadores artistas, os Luizes, Olgas, Joãos, Marias, Josés, Terezas. Esses sim merecem nossa reverência, veneração e respeito.
sexta-feira, 15 de julho de 2011
segunda-feira, 4 de julho de 2011
MEDO OU RESPEITO NA SALA DE AULA? ASPECTOS AUTORITÁRIOS NA EDUCAÇÃO FORMAL.
Na próxima semana termina o 1° semestre nas escolas, meio ano já se passou e se passaram nesses meses Grécia, Roma, feudalismo, Brasil colônia entre outros tantos temas.Mas algo ficou a vontade de repensar a sala de aula, o ensino, os alunos e a educação. Muito me entristeceu semana passada quando pedi no ensino médio para os alunos escrevem livremente sobre o que acham das minhas aulas, dos meus métodos de ensino, disse que poderiam escrever e me avaliar livremente, a turma ficou atônita, surpresa com a possibilidade de avaliar o professor, alguns perguntaram se eu estava falando sério? Outros questionaram se eu iria punir os que fizessem críticas, uma aluna me disse professor vai valer nota? No meio daquele turbilhão fiquei desnorteado, pensei o que há de errado, por que a surpresa em avaliar o professor, relembrei dos ensinamentos de Paulo Freire a autoridade do professor não pode ser confundida com o autoritarismo, medo não é respeito! E percebi quantos os meus alunos ficaram temerosos em me avaliar, esperando que seria uma forma de puni-los, alguns chegaram a dizer em que os alunos não podem julgar o professor e avaliá-lo, eu respondi então só eu tenho direito de avaliar vocês é isso? Mas tal professor disse que os alunos não podem questionar o professor, fiquei sem chão, a lógica formal de educação reconhece no professor a autoridade legítima, o aluno vê-se diante da alternativa de obedecer e se submeter aos caprichos do professor, ele deve se colocar em um patamar acima e se estabelecer como o dono da verdade e impor que os alunos aceitem passivamente as informações e conteúdos que ele repassar.
Comentei sobre o caso com um amigo professor ele disse “você é louco em fazer isso, os alunos vão achar que você é inseguro e vão espalhar por ai que você não se garante como professor e outra se tiverem algum problema a coordenação irá lhe informar...” Se garantir então é fortalecer a mentalidade autoritária do professor só ele avalia, só o professor pensa a aula, só ele sugere, só ele ensina. Se não há questionamento não á educação, devo então ser seguro e violar a liberdade do aluno em opinar no andamento da disciplina, uma disciplina que meche com a preciosidade do tempo da sua vida, devo reprimir o aluno critico, ameaçá-lo e depois reclamar que hoje os jovens não vão mais para ruas, não lutam por direitos e etc? Ou procuro uma postura cômoda se houver problema a coordenação me chama, mas não garanto direitos dos alunos em participa e nem transformar as aulas.
Educar é uma tarefa árdua e sublime, mas sem a participação dos alunos, seus questionamentos, suas criticas não há educação, há somente a inserção de uma mentalidade fatalista aonde os alunos com medo da figura autoritária do professor se neguem a discordar, repensar, criticar e apontar outros caminhos, pois caso façam isso o professor poderá punir. Tira-lo da sala ou baixar tirar sua nota.
Qual deveria ser a atitude do aluno quando percebe que o professor não preparou a aula daquele dia, ou não formulou adequadamente as questões da avaliação, e exige conteúdos não trabalhados em sala de aula (ou não discutidos como deveria); ou, ainda, pede trabalhos sem explicar o que realmente deseja?, Esse aluno deveria questionar, e colocar essas questões para o professor, mas isso jamais será feito com essa imagem despótica do professor, os alunos devem sim indagar o professor, fazer sugestões e debater e o professor cabe a tarefa de descer do seu pedestal de superioridade e de aprender a aprender com os alunos.
No amanhã muito desses alunos estarão reproduzindo esse ar autoritário estando em postos mais elevados destilando a superioridade patronal, e muitos desses alunos aprenderam a ficarem de cabeça baixa pois estarão abaixo desses na pirâmide social, ou nós professores pensamos em uma educação libertária e emancipadora ou a sociedade estará fadada a viver com medo sendo refém do autoritarismo patronal, e esse com certeza se legitima com o autoritarismo professoral.