sexta-feira, 1 de abril de 2011

O FANTASMA DO FASCISMO ASSOMBRA O BRASIL


Segunda-feira, dia 28 de março. Num programa de “humor” da TV Bandeirantes, um daqueles dinossauros reacionários antiquados, representando o que há de mais atrasado no campo de direitos humanos, cidadania e memória coletiva, ressurge, destilando todo seu ódio, preconceito e “virilidade”, afirmando que época boa pra o Brasil era a ditadura, afinal, naquele tempo existia “respeito, segurança e ordem pública”.

Seguindo essa linha de raciocínio o deputado Jair Bolsonaro afirma: “só é respeitado quem tem o poder de intimidar” atribuindo a lógica da força, do medo e da barbárie. Para ele macho que é macho é violento e se impõe. A retórica de Bolsonaro causa inveja ao Capitão Nascimento personagem “fictício” de José Padilha no filme Tropa de Elite. O que está em jogo para ambos é a defesa da nação na busca da segurança e da ordem da classe dominante, se baseando nos bons modos e na defesa da nação, nessa lógica perversa vale tudo: tortura, extermínio, preconceito e homofobia, elementos centrais da ideologia fascista

A proporção das palavras ácidas de Bolsonaro em um programa de TV aberta, em horário nobre, fere toda lógica do bom censo, uma das suas bestialidades soltada aos quatro ventos foi: “agir com energia não é torturar”. Enquanto Nascimento agiu energeticamente asfixiando com saco plástico moradores pobres das favelas cariocas, sendo aplaudido de pé pela ala conservadora brasileira, Bolsonaro é mais antigo, sonha com a volta do pau-de-arara da ditadura, para punir os rebeldes, subversivos e contrários a ordem, e recebe constantemente apoios na internet de pessoas “compromissadas com a defesa da nação”.

Por que Bolsonaro não luta por uma política enérgica contra a corrupção, o monopólio dos veículos de comunicação, as grandes propriedades de terra? Será por que suas referências políticas são os defensores do golpe de 1964, os ditadores Médici, Geisel e Figueiredo, o trio de ferro da ditadura que dizimou milhares de vida. A ditadura foi antifamília, pois não houve em outro período da história do Brasil tantos pais que sofreram com a morte, prisão e desaparecimento de seus filhos.

Nos cinco minutos que Bolsonaro teve a palavra para expor sua opinião perversa e violenta não bastou defender a ditadura militar, ele ainda teve disposição para disparar seu posicionamento contra negros e homossexuais: “não passa pela minha cabeça ter um filho gay, por que ele teve uma boa educação”, afirmando que nunca teria um filho gay, pois é bem educado. Segundo ele “sou um pai presente e caso meu filho optasse pela homossexualidade a porrada curaria” A violência para ele resolve tudo.

Sobre as cotas raciais o deputado lança um direto de direita: “eu não entraria em um avião pilotado por um cotista e nem aceitaria ser operado por um médico cotista”, mostrando toda sua face racista, para ele universidade e bons cargos são coisas para os brancos de classe media e da elite. A performance racista se acentua em uma pergunta feita por Preta Gil sobre o que faria se um filho seu se apaixonasse por uma negra, enfático ele diz: “Não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja. Eu não corro este risco, meus filhos foram muito bem educados e não viveram em ambiente promiscuo, lamentavelmente como é o teu”.

A boa educação que Bolsonaro se baseia é aquela herdada do Brasil colonial aonde os senhores brancos abusavam do poder do chicote e do Estado e violentavam a população negra voluptuosa. Para os senhores, era muito mais fácil culpar a vítima que assumir seu caráter perverso. Assim, ao mesmo tempo em que violentavam e exterminavam uma população, publicamente faziam discursos defendendo a ordem, a moral, bons modos e a Nação.

Isso do passado lhe lembra algo do presente? A imprensa corporativista de modo geral sempre veicula os gêneros musicais dos negros funk e hip-hop como apologia a violência. Como será o tratamento com esse deputado branco da aristocracia brasileira, que não só incentiva a violência do Estado, como reforça o preconceito e o estigma contra negros e homossexuais.

O deputado Jair “reacionário” defere o ódio e a indiferença e defende claramente os fatores mais cruéis que freiam a conquista de cidadania e direitos políticos desse país: a ditadura militar, o extermínio, tortura, escravidão, preconceito. Mas ao que parece ele permanecerá intocável e inquestionável fortalecido pelo seu mandato parlamentar e brevemente terá a oportunidade de nos bombardear com sua ideologia nefasta.

Precisamos avançar com o debate de direitos humanos na sociedade, só assim combateremos o fantasma fascista que ainda persiste em nos assombrar.


3 comentários:

  1. Danilão, Cara, Muito bom o seu texto. Límpido, sucinto e valiosamente pertinente. Frente a esse "câncer" secular, temos que reforçar a luto pelos direitos humanos; varrendo esse tipo de consciência obsoleta para bem longe de uma sociedade que se faz necessária se reformular. Eu ainda não me conformo como permitem um sujeito desse ocupando um cargo de deputado. Abraço.

    Mauricio

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  2. TEXTO CLARAMENTE ESCRITO POR COMUNAS DE ESQUERDA QUE NÃO SABEM O QUE SIGNIFICA TER ORGULHO DA NAÇÃO.

    É MELHOR JAIR SE ACOSTUMANDO...

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  3. COMUNAS SENDO PATÉTICOS, POR QUE O BOLSONARO TÁ COM UMA CAMISETA DO NAZISMO, SENDO QUE HITLER ERA DE ESQUERDA? O BOLSONARO É DE DIREITA PORR*, E OUTRA VOCÊS NOS CHAMAM DE FASCISTAS, MAS SABIA DAONDE SURGIU? ADVINHA, DO MUSSOLINI, QUE ERA SOCIALISTA, VOCÊS NOS CHAMAM DE FASCISTAS, MAS IDOLATRAM SEU LÍDER, NÃO FICAM NA NET BOSTEJANDO #LULALIVRE? VOCÊS NOS CHAMAM DE FASCISTAS, MAS FASCISTAS QUEREM SER TOTALITÁRIOS, UM BELO EXEMPLO É A VENEZUELA, OS VENEZUELANOS DEVEM ADORAR O REGIME FASCISTA LA NÉ? POR ISSO VOCÊS NÃO PASSAM DE H-I-P-Ó-C-R-I-T-A-S, FALANDO QUE SOMOS FASCISTAS, SENDO QUE VOCÊS QUE SÃO, E FALANDO QUE O NAZISMO É DE DIREITA. E SIM, O BOLSONARO VAI SER PRESIDENTE DO BRASIL EM 2018, E VOCÊS VÃO TER QUE AGUENTAR A GENTE, POIS NÓS JÁ AGUENTAMOS TEMPO DEMAIS DE ESQUERDISTAS NO COMANDO, POIS ESQUERDA NO COMANDO SEMPRE DÁ MERDA!

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