A gente tem falado e escrito sobre o
projeto de militarização da cidade, ou das grandes cidades do mundo.
Nos tempos da ditadura militar na América latina, falava-se muito no tal estado de bem estar social. Vi sob, e sofri nas mãos de militares da ditadura militar no Brasil... tive o privilégio de passar apenas dois dias preso e torturado.
Doeu muito, no corpo, e até hoje doe na alma, mas nada, mas só um peteleco diante dos meses,anos de cadeia e tortura que outros presos sofreram.
Estou me preparando para voltar a levar as crianças de acari proa jogar futebol e handebol de areia em copacabana, e sei que vou voltar a ver, todas as vezes que for lá, o capitão do exercito que me torturou, hoje, um sexagenário coronel reformado, e executivo da área de segurança de uma empresa multinacional.
Ele joga voley numa das redes de copacabana, até o sol se por neste horário de verão. É um velho burguês muito saudável, com mais saúde e vigor, que eu, com 56 anos seu expresso e torturado.
Toda vez que olho pra ele, tenho certeza de que nunca houve ditadura militar no Brasil. Que o que se chamou de ditadura militar nada mais foi que o endurecimento da ditadura burguesa, temerosa do perigo comunista.
Que os 4 generais que se sucederam no planalto, durante a ditadura, nada mais eram que ordenanças de seus patrões burgueses civis.
Diz que o capitalismo neoliberal acabou com o projeto de bem estar social, mas na verdade, os neoliberais são tão maquiavelicos que são capazes de inventar "bolsões de bem-estar social" como meio freiar um revolta total e incontrolável dos que, no livro planeta favela de mike davis, são chamados de "humanidade excedente". O Haiti foi um tentativa de bolsão de bem estar social, mas as forças da natureza, atrasaram a execução do projeto.
Um general que comandou as forças do Haiti deu entrevista ao canal livre, no domingo logo após a tomado do Alemão, ele não deixou duvidas de que se tratava de um guerra interna, uma guerra irregular, e de combater e derrotar, um inimigo interno, camuflados de meros traficantes de drogas.
E deixou claro, que é a experiência de ocupação militar no Haiti, mas do que paras upps de pequenos morros, serviria muito mais adequadamente, pra ocupação do complexo do alemão. E, que os planos e o planejamento para ocupação de um grande complexo de favelas já estava na prancheta desde Setembro de 2009,Só se esperava um do inimigos internos, maré, alemão ou Acari, abrir o franco, ou na linguagem favelada, dar um mole.
Pra não esticar muito minha assuntação, já que o mais importante é o texto do Fiell. Ando pensando em duas falas bem significativas: a de um misnistro da Dona Dilma que promete que ela irá acabar com a pobreza, e a classe mais subalterna será a classe média, e da dona dilma mesmo, que promete acabar com a pobreza. nem um dos diz, o que vão fazer com a "humanidade excedente", quer dizer, nós, os favelados, de acari, da maré, do jacarezinho, do alemão, aquelas favelados que correram caçados com zebras sob as lentes potentes das grandes emissoras de tv. aqueles centenas que ainda estão lá no alemão, passando fome com suas famílias, já que não tem mais o trafico como trabalho.
Não sou cientistas social, economista, geógrafo... em fim, não sou favelologo, sou um favelado, mas algo no meu coração favela me diz, que no Complexo do Alemão, um conjunto de 13 favelas quase que continuas como é na maré, com mais de 400 mil habitantes, é o território, campo de instrução, campo de pesquisa de campo pra servir de laboratório para se criar, não um estado de bem estar social, mas a ilusão de um estado de bem estar social em todo estado brasileiro, a começar de uma grande favela do rio.
uma Ilha da Fantasia, onde antes havia muita miséria e pobreza, mas que agora, depois do grande momento histórico, presenciado por todos os povos do mundo,ao vivo, pelas emissoras de TV,mas que agora, só haverá como classe mais pobre a classe media, que subira e descera os morros do complexo de teleférico... E que os pobres, o miseráveis, os inadaptáveis, para viver, nesta ilusão de bem estar social criado como miragem, no alto de uns morros, tão miraculoso como uma aparição de nossa senhora da penha, que a, essa humanidade excedente, ou morremos, trucidados executados ás centenas como aconteceu na vila Cruzeiro, ou vamos paras cadeias de segunça máxima, viver como mortos vivos, enterrados para sermos esquecidos, como se nunca tivéssemos vividos e existidos nas nossas favelas, de onde somos crías.
Ninguém acreditava que "Eles" fizessem o que fizeram... subir uma favela de "bicho" com tanque, fuzis, baionetas, embora sempre soubéssemos que teriam "inteligencia", poder e força e "legitimidade", embora se nenhuma legalidade.
Quem houve, pelo menos os mais velhos como eu,a nova geração de generais, almirantes e brigadeiros, logo percebe que eles não tem nada em comum com o broncos generais da época da ditadura, aqueles de cuja trapa saiu o ultimo general da ditadura , Figueiredo, que gostava, mais de cavalos que do povo, com exceção é claro, do carinho que tinha, por seu porta voz, alexandre garcia, hoje comentarista politico da Globo.
Na época da ditadura, a gente ria de ironia e deboche quando nos diziam que na Academia Militar de Agulhas Negras, os futuros oficiais estavam lendo o Capital, no original, em Alemão, só pra combater melhor o perigo comunista.
Tenho minhas duvidas se este jovens oficiais daquela época, são esses generais de hoje, mas tenho certeza que esses generais de hoje, do Haiti e do alemão, sabem muito bem o que pé fordismo, keinysmo, bem estar social, neoliberalismo, conceito de hegemonia e contra hegemonia, gramsciano.
Estão muito bem preparados para dar suporte real, militar para a criação de um território de bem estar social, numa favela , pequeno mas grande o suficiente e como o alemão que crie a ilusão de um pais inteiro de bem estar social.