quinta-feira, 16 de setembro de 2010

DIREITOS HUMANOS e In-segurança Pública

Há muitos desafios no campo dos direitos humanos, na atual conjuntura social, a violência e a segurança pública aparecem com certa relevância no atual momento.
Temos em Foz do Iguaçu hoje um cenário extremo de violência, tanto cometido pelo estado, no que diz a respeito às ausências de políticas públicas, lembrando que nessa cidade uma média de um terço da população vive em favelas.

Temos que lembrar que nas favelas, não entra escola, saúde, saneamento básico, ou seja, o estado não entra para cumprir seu papel. No cidade nova por exemplo são um posto de saúde para atender cerca de 12 mil moradores, falta estrutura e profissionais.

Temos um quadro de exclusão dos mais perversos, um conjunto de pessoas que vivem longe de qualquer perspectiva cidadã, pessoas que não têm documentos, não tem direito de ir e vir, não tem segurança nem pelo estado e nem fora dele.

A lógica da política pública deveria ser pela inclusão, o primeiro direito a ser defendido é o da vida, ai a necessidade de ampliar o debate sobre diretos humano atrelado a política pública.

O viés de segurança pública que predominou em Foz do Iguaçu,é o de combater a “perversidade” da fronteira, através de uma guerra. Com armamento, força policial, helicópteros, mas o único perfil dos caçados por essa segurança são: jovens do sexo masculino, que moram nas favelas e periferias, e vivem nas encostas dos rios em situações deploráveis.

Criamos aqui um estado de extermínio, a classe periférica, é justamente a classe que falta políticas de inclusão e sobram políticas de repressão.

Essa política de insegurança pública é marcada pela intolerância, que é apoiada pelos setores de classe média que vivem hoje com medo, o medo alimenta a intolerância e justifica a vingança, as classes abastadas querem do estado sua segurança a qualquer maneira, essa lógica é preocupante e transferi para o direitos humanos o rotulo de “defensores de bandidos” não defendemos bandidos e reitero aqui que: os traficantes se estabelecem pelo terror, pela violência, pelas armas. Não apoiamos nenhuma forma arbitrária de poder.

Essa lógica vai contra todos os princípios dos direitos humanos, é Necessário que temos uma política didática de desconstrução dessa visão de direitos humanos.

Só conhecendo as favelas, só conhecendo as periferias, só assim se conhece o lado de uma sociedade que sobrou e está cada vez mais invisível. Uma massa de descartáveis que se acumula em locais desapropriados, e sofrem com a ausência de políticas e são frutos do descaso do estado com essa população.

Não se combina venda de droga com miséria, por que o verdadeiro lucro da atividade criminosa não está na favela. Se lá se vende tanta droga, por que têm muita miséria? O lucro não fica lá.
Por que só se combate o tráfico da favela? Por que filhos de pessoas da alta classe são absolvidos quando envolvidos com o tráfico, quem vende armas é pobre? Quem refina cocaína é pobre?

Não são, e todos nós sabemos. Os patrões do narcotráfico moram nos mais luxuosos condomínios das cidades, a guerra declarada as drogas é uma guerra aos pobres, não estão combatendo o tráfico e sim o gueto.

Essa política imposta não é eficaz, a policia mata e morre cada vez mais, Foz lidera o número de jovens assassinados no Brasil, o que mais precisamos para comprovar o descaminho desse projeto de IN-segurança.

Temos que investir na inclusão a partir do estado para se combater o crime e não a pobreza, políticas assim têm funcionado em dois lugares no Brasil, em Diadema são Paulo e no morro do cavalão em Niterói-RJ.

O SERVIR E PROTEGER DEVEM SER EXTENDIDO A TODA POPULAÇÃO, TODOS OS CIDADÃOS TÊM DIREITO O ESTADO DEVE ZELAR PELA SEGURANÇA DE TODOS!

Danilo georges: historiador, vice- presidente do centro de direitos humanos e memória popular de foz do iguaçu-pr.

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